Lucijane Lima de Almeida
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12/10/2022 às 12:14 em resposta a: Você acredita que a Comunicação Não Violenta pode fortalecer o trabalho em equipe das mulheres? Por quê? #6934Lucijane Lima de AlmeidaParticipante
Sim. Os prejuízos que o sistema patriarcal são tantos e nos atravessam de tantas formas, se manifestando especialmente nas formas como nós mulheres nos relacionamos. Tive a oportunidade de trabalhar na secretaria de assistência social do meu estado, ondem 90% dos recursos humanos eram mulheres, especialmente nos cargos de chefia. Eu acreditava que essa experiência de trabalho seria a menos violenta que eu teria, mas foi o contrário. Em seis meses eu estava tão desgastada e adoecida que pedi demissão. Saí de lá achando que isso precisava virar matéria de pesquisa, para que pudéssemos entender o quanto ainda precisamos nos reeducar e avançar.
12/10/2022 às 12:07 em resposta a: Em sua opinião, por que é importante o empoderamento econômico-financeiro das mulheres? #6933Lucijane Lima de AlmeidaParticipanteO papel construído para as mulheres pelo sistema patriarcal se baseou em tirar a autonomia, a liberdade das mulheres de conquistar lugares de fala na sociedade. Por isso é tão necessário reconstruir nosso papel na sociedade, dando as mulheres acesso a todas as possibilidades de aprendizado, de profissão e autonomia.
Lucijane Lima de AlmeidaParticipanteConcordo. A história está repleta dos exemplos das consequências das interseccionlidades. Podemos ver nas estatísticas sobre violências contra as mulheres, nos índices de pobreza, de desemprego, entre outros. As violências e injustiças sociais além de ter gênero, tem cor, tem escolaridade, nível de acesso a oportunidades de educação e emprego, etc. Por isso é tão necessário que essas interseccionalidades não só façam parte da construção de conhecimento, de lutas, mas de toda a reformulação da sociedade.
Lucijane Lima de AlmeidaParticipanteO curso tem foco nas temática proposta, com uma excelente didática e com mulheres incríveis!!!!
15/07/2021 às 20:09 em resposta a: Pelas explicações contidas no vídeo, o que diferencia o crime de feminicídio de outros assassinatos de mulheres? #6345Lucijane Lima de AlmeidaParticipanteA morte no caso dos feminicídios trazem características específicas, fazendo parte de um contexto de violência contra a mulher por ela ser mulher. O gênero torna se um fator motivador do homicídio, refletindo um ódio pelo gênero feminino.
06/07/2021 às 15:02 em resposta a: Em sua opinião, por que a misoginia leva ao assassinato de mulheres? #6245Lucijane Lima de AlmeidaParticipanteA misoginia é o ódio ou aversão as mulheres. O ódio é uma emoção motivadora e traduzida através da violência. O medo é um sentimento difícil de racionalizar, sucumbindo em emoções negativas e reativas. A misoginia traduz o repulsa que os homens tem pelo feminino e sua “fragilidade”. O frágil não é aceitável no mundo dos homens, contradiz suas crenças de que só se pode conquistar pela força.
Lucijane Lima de AlmeidaParticipanteEm uma sociedade que ainda culpabiliza as mulheres pelas violências sofridas por elas, tipificar o crime de feminicídio é fundamental para a garantia de acesso à justiça. Nossas leis sempre serviram aos homens, as conquistas de direitos para as mulheres ainda são muito recentes e frágeis, algo que ficou claro nesse desgoverno e como bem nos lembra Simone de Beauvoir “Nunca se esqueça que basta uma crise política, econômica ou religiosa para que os direitos das mulheres sejam questionados. Esses direitos não são permanentes. Você terá que manter-se vigilante durante toda a sua vida”.
Lucijane Lima de AlmeidaParticipanteTudo, material muito rico, mulheres e profissionais incríveis. Sou muito grata por ter essa opotunidade.
Lucijane Lima de AlmeidaParticipanteSim, de suma importância. As violências contra as mulheres sempre se resguardaram sob o silenciamento das nossas vozes. Quanto mais falamos sobre esse assunto, mais mulheres tem a oportunidade de se enxergar em uma situação e violação de direitos e conseguem acessar formas de ajuda. A fala é libertadora e curativa e através dessas campanhas, fortalecemos os espaços de fala, bem como informamos sobre as leis, serviços garantidos e a rede de atendimento e apoio.
Lucijane Lima de AlmeidaParticipanteImagem 4 – A coletividade entre mulheres expressa, para mim, o sentido de solidariedade. Solidariedade requer constância, acontecer no dia a dia, e foi isso que eu aprendi ao longo da vida.
Lucijane Lima de AlmeidaParticipanteCurso maravilhoso, professoras excelentes, metodologia dinâmica, só não foi 100% porque não podemos estar todas juntas, tomando um café compartilhado e abraços afetuosos. Gratidão pela oportunidade de participar do curso.
18/05/2021 às 18:12 em resposta a: Você tem por hábito o exercício da linguagem inclusiva? Já aconteceu de você utilizar palavra ou expressão sexista, racista, LGBTfóbica? #5709Lucijane Lima de AlmeidaParticipanteEm algum momento já utilizei nomenclaturas, palavras ou expressões sexistas, racistas ou lgbtfóbicas, pois fui criada em uma sociedade com essas características. Mas diariamente tenho me monitorado, aprendendo a maneiras corretas de linguagens. Precisa ser um exercício diário, pois a própria linguagem se modifica.
11/05/2021 às 12:20 em resposta a: Por que continuam os assassinatos de mulheres por seus parceiros íntimos ou ex, mesmo depois de quase 15 anos da Lei Maria Penha? #5638Lucijane Lima de AlmeidaParticipanteEssa não é uma resposta simples, pois considera uma análise dos sistemas que regem nossa existência em sociedade. Apesar do avanço na elaboração da lei, ainda somos uma sociedade dominada pelo patriarcado e o capitalismo. Os homens farão de tudo para manter sua hegemonia, controlando todas as esferas de poder e o fato de as mulheres serem um número inexpressível nos espaços políticos nos impede de lutar de forma mais efetiva para efetivação da lei. Ainda há também, a predominância de uma educação machista e moralista das mulheres, que dificulta uma reflexão mais profunda sobre seus papéis sociais.
04/05/2021 às 12:02 em resposta a: b) No depoimento fica explícita a diferença entre sexo, identidades de gênero e orientação sexual? Como você explicaria essas diferenças? #5533Lucijane Lima de AlmeidaParticipanteNão há uma forma de resumir minhas impressões aqui rsrs. Sexo é nosso corpo biológico, distinguido por uma anatomia de macho e fêmea. Identidade de gênero é a construção de papéis a serem desempenhos, partindo da base biológica e sendo moldada por questões sociais, culturais, econômicas, políticas, etc. Sempre que preciso responder sobre qual é minha identidade de gênero, confesso que me sinto em conflito, pois acredito que essas “identidades” ainda são caixinhas tentando classificar pessoas mediante características palpáveis. Apesar disso, compreendo a necessidade de tal classificação. Quanto a orientação sexual, é algo também em debate. Atualmente se discute não usar a nomenclatura “orientação”, mas sim identidade sexual, considerando que ninguém é orientado a ser homossexual, bissexual, lésbica e etc. No entanto, somos compulsoriamente orientados a sermos heterossexuais desde antes do nascimento, baseado no nosso sexo biológico. Então, para mim, no momento, ainda está difícil falar sobre essas diferenças, pois preciso estudar mais e participar de mais debates para obter uma compreensão melhor.
Lucijane Lima de AlmeidaParticipanteApós passar por uma violência sexual quando criança, comecei a me retrair, me incomodar com a minha imagem feminina. E quando atingi a puberdade e comecei a ouvir coisas muito pesadas na rua, por parte dos homens, sobre meu corpo, pois minhas curvas ficaram mais acentuadas, resolvi mudar a forma como me vestia para tentar fugir do assédio dos homens. Passei a vestir roupas largas e masculinas e usar boné. E como eu adorava jogar futebol com os meninos ou outras brincadeiras que não eram consideradas de meninas, os pais dos meus amigos começaram a achar que eu era lésbica. Uma vez o pai de uma amiga gritou no meio da rua para a filha dela sair de perto de mim, porque ele não queria ela brincando com a sapatão. Isso foi algo que marcou muito minha adolescência que foi de muita angústia e desconforto com meu corpo e esse papel de feminilidade que nos era empurrado.
04/05/2021 às 11:19 em resposta a: b) Você gostaria de compartilhar algum tipo de violência de gênero que tenha vivenciado ou presenciado? #5531Lucijane Lima de AlmeidaParticipanteInfelizmente como mulher, já vivenciei e presenciei várias violências de gênero. Já fui vítima de violência sexual, violência doméstica, assédio sexual no trabalho e transporte coletivo, assim como já presenciei mulheres passando por isso também.
04/05/2021 às 11:14 em resposta a: a) Dentre os exemplos citados no vídeo, há algum que você desconhecia tratar-se de violência de gênero? #5528Lucijane Lima de AlmeidaParticipanteNão, devido as leituras que já fiz sobre violência de gênero e o curso de promotora legal popular, já tinha o conhecimento das formas de violência. Mas devo acrescentar que a forma didática da exposição é ótima para falar sobre o tema, especialmente com as pessoas que não tem ou não tiveram um bom acesso a educação.
Lucijane Lima de AlmeidaParticipanteImagem 5 – Cresci em um espaço de comunidade, aprendi desde cedo que possuir uma rede de afetos e apoio é essencial para passar por qualquer dificuldade na vida. E foi no coletivo de mulheres que descobri minha força para ser militante pelos direitos das mulheres e de todos os grupos que sofrem com violações de direitos. Nossa espécie é social, não podemos viver sem a comunidade, mas esse conceito vem se perdendo com o avanço do poder do capitalismo. Precisamos resgatá-lo! JUNTAS SOMOS MAIS!
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