Mensagem de Cláudia Carletto
Secretária Municipal de Direitos Humanos e Cidadania

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Mensagem de Eduardo Suplicy
(autor da emenda parlamentar que propiciou a implantação desta plataforma de cursos)

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Por que uma plataforma online?

Esta iniciativa da Associação Mulheres pela Paz surge no contexto da pandemia de Coronavirus que se alastra pelo mundo desde o final de 2019 e chega ao Brasil em março de 2020, exigindo a suspensão das atividades presenciais. Até meados de março de 2021, o país registrou quase 12 milhões de casos e aproximadamente 300 mil mortes. No momento em que este texto é escrito, há um colapso no sistema de saúde – praticamente todos os hospitais têm taxa de ocupação de 100%.

Estima-se que a violência contra a mulher tem aumentado em média 30%, pois elas se tornaram mais vulneráveis por causa das restrições impostas pela Covid-19. Mulheres e crianças passaram a conviver muito mais tempo com o agressor, fazendo da casa um lugar bem mais perigoso. O Brasil registrou 648 feminicídios no primeiro semestre de 2020, 1,9% a mais que no mesmo período de 2019, segundo o Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP).

Daí a urgência deste projeto que inclui o desenho, o desenvolvimento e a implementação de uma solução e-learning, para estabelecer um sistema de capacitação permanente. Assim, será possível administrar, distribuir, monitorar, avaliar e apoiar atividades de formação, em busca de uma sociedade equitativa, justa e pacífica. Tal proposta é fundamental tanto para apoiar atividades emergenciais no contexto da pandemia de Covid-19, quanto para implementar as ações educativas da entidade de forma continuada.

O público-alvo é formado por mulheres, respeitando-se as interseccionalidades de classe, raça, etnia, geração, orientação sexual e identidades de gênero. Os cursos serão gratuitos para todo o Brasil, incluindo público de ONGs, associações de bairros e escolas públicas. Para o futuro, serão previstos cursos pagos para a iniciativa privada [empresas e escolas particulares], pois existe tal demanda no mercado, o que contribuiria para galgar o imprescindível caminho da auto-sustentabilidade da entidade.

Lançamento da plataforma com três cursos sobre violência de gênero

Em maio, junho e julho de 2021, aconteceram os três primeiros cursos, um em cada mês, realizados em três dias de diferentes semanas, cujo detalhamento encontra-se no ícone de cada um deles: 1) A violência de gênero e suas interseccionalidades; 2) Feminicídio na América Latina, a região mais letal do planeta; 3) Violência contra a mulher e a rede de cuidados: da solidão à solidariedade. Os cursos foram ministrados por educadoras conceituadas [Amelinha Teles, Zeza Lopes e Vera Vieira]. Houve ampla divulgação, com exigência de inscrição prévia. Foi enviado certificado às participantes.

Além de um excelente instrumento educativo, a plataforma e-learning vai significar a implementação das atividades, na medida em que irá incrementar as possibilidades de comunicação didática e de intercâmbio de conhecimento. A plataforma e-learning também irá, futuramente, apoiar os cursos de capacitação presenciais, tornando o processo de aprendizagem mais eficiente, além de otimizar tempo e recursos.

É importante salientar que a violência contra mulheres e meninas é uma epidemia que não escolhe classe social, raça, etnia, nível educacional, idade, localização geográfica, religião… A perspectiva mundial é trágica e desoladora: uma em cada três meninas será vítima de violência física ou sexual no transcorrer da vida. Hoje, no Brasil, a cada 20 segundos uma mulher é agredida, a cada 11 minutos uma mulher é estuprada, a cada 2h30 ocorre um estupro coletivo, a cada 2 horas uma mulher é assassinada. As estatísticas demonstram uma realidade trágica cuja raiz do problema está na construção social de gênero, que é aceita culturalmente e vem sendo mantida historicamente há milênios. Assim, há a necessidade de unir esforços para alcançar a paz, a segurança e a justiça social.

A Associação Mulheres pela Paz, em 17 anos de existência, já capacitou diretamente 100.000 lideranças efetivas ou potenciais e indiretamente um público de 2 milhões de pessoas.

Um agradecimento especial à Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Cidadania e ao vereador Eduardo Suplicy, cuja emenda parlamentar direcionada à entidade propiciou a implantação deste importante instrumento de empoderamento e enfrentamento à violência contra mulheres e meninas.

Último curso realizado: Perspectivas feministas sobre a democracia brasileira

24 e 25 de maio de 2023

Todos os cursos são ministrados via Zoom.
Em nossa plataforma, você tem todo o material de apoio, como vídeos e documentos para consulta e download, além dos exercícios preliminares a serem realizados.

Conheças nossas educadoras!

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Maria Amélia Teles

Conhecida como Amelinha Teles é consultora jurídica e educadora popular feminista em direitos humanos. É membro da União de Mulheres de São Paulo e uma das coordenadoras do Projeto Promotoras Legais Populares e do Projeto Maria, Marias, em parceria com o Instituto Brasileiro de Ciências Criminais IBCCRIM. Ela é uma das nomeadas brasileiras para o Prêmio Nobel de 2005, uma indicação coletiva de 1000 mulheres ao Prêmio Nobel da Paz de todo o mundo.

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Vera Vieira

É jornalista, doutora em Comunicação e Feminismo pela Universidade de São Paulo. Ela é Diretora Executiva da Associação Mulheres pela Paz, é feminista e educadora popular. Escreveu ou coordenou várias publicações sobre violência de gênero. Ela é a coordenadora regional [Brasil] da PWAG – `Peace Women Across the Globe, com sede na Suíça.

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Maria  José Lopes Souza

Conhecida como Zeza, é educadora da Rede Mulher de Educação e pontualmente da Associação Mulheres pela Paz. Integrou a equipe de um dos três primeiros serviços no enfrentamento da violência de gênero, no Brasil, na década de 80. Atualmente, atua em projetos com foco na geração de renda, em comunidades rurais, indígenas e Cooperativas de catadores/as do resíduo reciclável, na perspectiva de gênero.

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