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Violência contra Mulheres e Cultura de Paz em debate na região
- 05/08/2024
- Postado por: Associação Mulheres pela Paz
- Categoria: Seminários, Oficinas e Exposições
Oficina aconteceu em 29 de julho, em Sumaré, com lideranças de Americana, Hortolândia, Indaiatuba, Monte Mor, Nova Odessa, Paulínia, Piracicaba, Santa Bárbara D’Oeste, Sumaré e Valinhos.
Uma em cada três mulheres sofre violência no mundo, de acordo com a OMS (Organização Mundial de Saúde); o Brasil é o quinto país no mundo com o maior número de feminicídios; a cada seis minutos uma mulher é estuprada; de acordo com a ONU Mulheres, 24% das mulheres a partir de 15 anos são vítimas de violência de gênero. E como se sabe, o feminicídio é uma morte anunciada: começa com a implicância com a roupa curta, o xingamento, o empurrão, o tapa…
Para enfrentar essa realidade, é preciso promover a prevenção por meio da promoção da educação popular feminista, formação e informação, visando à desconstrução de estereótipos discriminatórios e o fortalecimento de mulheres e meninas, para acesso aos direitos. Estes são os principais objetivos da oficina que aconteceu dia 29 de julho, em Sumaré, com 50 lideranças locais, previamente escolhidas, que atuam em ONGs, movimentos sociais, órgãos públicos e universidades. As atividades também estão programadas para outras cidades do estado de São Paulo: Santo André, Ribeirão Preto, Marília, Votuporanga e São Paulo, onde será realizado o seminário final reunindo lideranças das demais localidades.
Aplicar a cultura de paz significa alicerçar as ações no respeito à diversidade e pluralidade das pessoas, enfrentando a guerra do dia a dia que está retratada na discriminação de classe, gênero e suas identidades, raça, sexo, orientação sexual. Significa desconstruir as discriminações que determinam o grau de poder e oportunidades das pessoas em sociedade, tendo como principal consequência a violência contra mulheres e meninas.
As atividades foram uma realização da Associação Mulheres pela Paz, presidida por Clara Charf, hoje com 99 anos, e dirigida por Vera Vieira. O apoio é do Ministério das Mulheres. As imprescindíveis parcerias locais são: Grupo Mulheres da Terra – Assentamento Sumaré II; Rede de Combate à Violência Doméstica – MST/SP; Vulcana Coletivo Artístico; Anhanguera Sumaré; Procuradoria Especial da Mulher de Piracicaba; Casa da Providência de Indaiatuba. As demais parcerias da região não estão sendo divulgadas em função do período eleitoral.
Dentre os impactos esperados, destacam-se: ressignificação das relações sociais de gênero (algo que se modifica ao modificar), por meio da conscientização sobre a existência de vieses inconscientes como impulsionadores da hierarquização entre mulheres e homens com base, principalmente, nas diferenças de sexo, raça, orientação sexual e identidades de gênero; contribuição no processo de quebra do silêncio e da invisibilidade da grave realidade da violência de gênero, com destaque para o feminicídio, levando em conta as principais interseccionalidades; fortalecimento das participantes no processo de prevenção e enfrentamento à violência de gênero; contribuição para o embasamento de políticas públicas relativas à prevenção da violência de gênero; aumento da sensibilidade da mídia e da opinião pública sobre a gravidade da problemática, como consequência das desigualdades de gênero.
Agenda da Oficina Sumaré e região – 29/7/2024
HORÁRIO |
TEMA |
RESPONSÁVEL |
9h – 9h30 |
Credenciamento e café |
WALKÍRIA LOBO FERRAZ Responsável pela logística e secretaria |
9h30 – 10h30 |
Dinâmica de apresentação e contextualização do projeto |
VERA VIEIRA Doutora em comunicação e feminismo pela USP/ECA; diretora-executiva da Associação Mulheres pela Paz; educadora popular feminista; ex coordenadora da Rede Mulher de Educação; é autora ou organizadora de diversas publicações interconectando estudos de gênero e novas tecnologias, e sobre violência de gênero. |
10h30 – 11h30 |
A PAZ é feminista e interseccional |
Idem |
11h30 – 12h30 |
Feminismos e Feminilidades, Patriarcado e Masculinidades, Vieses Inconscientes da Discriminação |
LUCILENE CRUZ Agricultora/ agroecologia Assentamento Sumaré II, psicóloga e pedagoga, mestra em engenharia agrícola pela Feagri/ Unicamp, psicóloga na Saúde Mental da Rede de Combate à Violência Doméstica do MST/SP, professora de psicologia da Faculdade Anhanguera de Sumaré, psicóloga infantil na UBS7 de Nova Odessa. JOSÉ JORGE GUEDES DE CAMARGO Advogado, com licenciatura e mestrado em filosofia e formação em teologia pela PUC de Campinas. |
12h30 – 13h30 |
Almoço |
|
13h30 – 14h30 |
Os tipos de violência contra mulheres e meninas, as leis e os canais de ajuda |
ZEZA LOPES Socióloga; educadora popular feminista; membra da Rede Mulher de Educação, do Grupo de Mulheres na Periferia e do Levante São Paulo contra o Feminicídio; integrou a equipe de um dos três primeiros serviços no enfrentamento à violência de gênero no Brasil, na década de 1980. |
14h30 – 15h30 |
A interseccionalidade racial como fator agravante da violência |
TÂNIA MARA DA SILVA Pedagoga com habilitação em deficiência mental pela Universidade Metodista de Piracicaba; pós-graduada pela PUCCAMP na área de deficiência; secretária municipal de educação de Santa Bárbara D’Oeste, professora da Rede Municipal de SBO; participante da Associação de Mulheres Negras “Carolina Maria de Jesus”. |
15h30 – 16h30 |
A vulnerabilidade da população LGBTQIA+ |
BERNARDO VALENTIM OLIVO MAZIERI Advogado, estudante de mediação e conciliação extrajudicial, cofundador do Coletivo Transitando e ativista nas causas LGBTQIAPN+, especialmente nas pautas travestigêneres; colaborador da Diálogos para Equidade, realizando formação em direitos humanos. |
16h30 – 17h30 |
Plenária sobre possíveis ações de incidência e continuidade (Plano de Ação) |
VERA VIEIRA |
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