A misoginia é um problema estrutural, naturalizado e aceito socialmente, é a materialização escancarada do patriarcado. Essa “naturalização” abre precedentes para o feminicídio, já que a sociedade dominada pelos homens (cis, hetero e branco, principalmente) não percebe a discriminação, as diferenças, o ódio, a inferiorização e todos os tipos de discursos que ofendem as mulheres diariamente; e, quando percebem, consideram normal ou até mesmo correto. Uma sociedade que acha normal tanto discurso de ódio acaba por banalizar e aceitar o assassinato de mulheres pelo fato de serem mulheres. Discursos que culpabilizam as mulheres e piadinhas que a sociedade considera “inocentes”, condenando como “mimimi” todo tipo de questionamento contribuem para o assassinato de mulheres, tendo como estopim o mais inferior, bárbaro e primitivo descontrole pelo medo de que sejamos iguais em direitos e lugar social.