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Violência Contra Mulheres e Cultura de Paz em Debate na Região do Grande ABC
- 06/06/2024
- Postado por: Associação Mulheres pela Paz
- Categoria: Seminários, Oficinas e Exposições
Oficina aconteceu em 27 de maio, em Santo André, com lideranças das diversas cidades
Uma em cada três mulheres sofre violência no mundo, de acordo com a OMS (Organização Mundial de Saúde); o Brasil é o quinto país no mundo com o maior número de feminicídios; a cada dois minutos uma mulher é estuprada; de acordo com a ONU Mulheres, 24% das mulheres a partir de 15 anos são vítimas de violência de gênero. E como se sabe, o feminicídio é uma morte anunciada: começa com a implicância com a roupa curta, o xingamento, o empurrão, o tapa…
Para enfrentar essa realidade, é preciso promover a prevenção por meio da promoção da educação popular feminista, formação e informação, visando à desconstrução de estereótipos discriminatórios e o fortalecimento de mulheres e meninas, para acesso aos direitos. Estes são os principais objetivos da oficina que aconteceu dia 27 de maio, segunda-feira, em Santo André, com 50 lideranças locais, previamente escolhidas, que atuam em ONGs, movimentos sociais, órgãos públicos e universidades.
Aplicar a cultura de paz significa alicerçar as ações no respeito à diversidade e pluralidade das pessoas, enfrentando a guerra do dia a dia que está retratada na discriminação de classe, gênero e suas identidades, raça, sexo, orientação sexual. Significa desconstruir as discriminações que determinam o grau de poder e oportunidades das pessoas em sociedade, tendo como principal consequência a violência contra mulheres e meninas. As atividades também estão programadas para outras cidades do estado de São Paulo: Sumaré, Ribeirão Preto, Marília, Votuporanga e São Paulo, onde será realizado o seminário final reunindo lideranças das demais localidades.
As atividades são uma realização da Associação Mulheres pela Paz, presidida por Clara Charf, hoje com 98 anos, e dirigida por Vera Vieira. O apoio é do Ministério das Mulheres. As imprescindíveis parcerias locais são: Frente Regional do ABC – Enfrentamento da Violência contra as Mulheres; Santo André: Guarda Civil Municipal/ Patrulha Maria da Penha; PROLEG (Promotoras Legais Populares); NUREC/FMABC (Núcleo Rondon de Extensão Universitária da Faculdade de Medicina do ABC); Coletivo LGBTQIA Prisma Dandara dos Santos – UFABC; Covid na Favela.com.br; CESCO (Centro de Estudos de Saúde Coletiva do ABC); Centro Universitário da FMABC; Defensoria Pública do Estado de São Paulo, NUDEM (Núcleo Especializado de Promoção e Defesa dos Direitos das Mulheres); Nhande Vae Ete abc, Entre Nós – Assessoria, Educação e Pesquisa; MTST Brasil (Movimento Trabalhadores sem Teto); ONG Atravessa (Associação das Travestis e Transexuais de Santo André). Diadema: Guarda Civil Municipal/ Patrulha Maria da Penha. Mauá: PLPs (Promotoras Legais Populares); E agora, José?. Ribeirão Pires: Coletiva de Mulheres. Rio Grande da Serra: Guarda Civil Municipal/ Patrulha Maria da Penha. São Bernardo do Campo: PLPs (Promotoras Legais Populares); Casa Neon Cunha. São Caetano do Sul: Centro de Referência Especializado em Assistência à Mulher; Guarda Civil Municipal/ Patrulha Maria da Penha; Conselho Municipal dos Direitos da Mulher; PLPs (Promotoras Legais Populares).
Dentre os impactos esperados, destacam-se: ressignificação das relações sociais de gênero (algo que se modifica ao modificar), por meio da conscientização sobre a existência de vieses inconscientes como impulsionadores da hierarquização entre mulheres e homens com base, principalmente, nas diferenças de sexo, raça, orientação sexual e identidades de gênero; contribuição no processo de quebra do silêncio e da invisibilidade da grave realidade da violência de gênero, com destaque para o feminicídio, levando em conta as principais interseccionalidades; fortalecimento das participantes no processo de prevenção e enfrentamento à violência de gênero; contribuição para o embasamento de políticas públicas relativas à prevenção da violência de gênero; aumento da sensibilidade da mídia e da opinião pública sobre a gravidade da problemática, como consequência das desigualdades de gênero.
AGENDA
HORÁRIO |
TEMA |
RESPONSÁVEL |
9h – 9h30 |
Credenciamento e café |
WALKÍRIA LOBO FERRAZ Responsável pela logística e secretaria |
9h30 – 10h30 |
Dinâmica de apresentação e contextualização do projeto |
VERA VIEIRA Doutora em comunicação e feminismo pela USP/ECA; diretora-executiva da Associação Mulheres pela Paz; educadora popular feminista; ex coordenadora da Rede Mulher de Educação; é autora ou organizadora de diversas publicações interconectando estudos de gênero e novas tecnologias, e sobre violência de gênero. |
10h30 – 11h30 |
A PAZ é feminista e interseccional |
Idem |
11h30 – 12h30 |
Feminismos e Feminilidades, Patriarcado e Masculinidades, Vieses Inconscientes da Discriminação |
SILMARA CONCHÃO Feminista, professora universitária, presidenta do CESCO – Centro de Estudo de Saúde Coletiva/FMABC, ex Secretária de Políticas para as Mulheres de Santo André, socióloga, mestra em sociologia e doutora em Ciências da Saúde. FLÁVIO URRA Psicólogo e sociólogo, mestre em psicologia social pela PUC/SP, especialização em violência doméstica pelo LACRI/USP, coordenador do programa E Agora, José? e do curso Gênero e Masculinidades. |
12h30 – 13h30 |
Almoço |
|
13h30 – 14h30 |
Os tipos de violência contra mulheres e meninas, as leis e os canais de ajuda |
ZEZA LOPES Socióloga; educadora popular feminista; membra da Rede Mulher de Educação, do Grupo de Mulheres na Periferia e do Levante São Paulo contra o Feminicídio; integrou a equipe de um dos três primeiros serviços no enfrentamento à violência de gênero no Brasil, na década de 1980. |
14h30 – 15h30 |
A interseccionalidade racial como fator agravante da violência |
CLÁUDIA GEOVÂNIA BATISTA Psicóloga, ativista com pessoas com deficiência e coordenadora da PROLEG/PLPs e projetos. ADRIANA SILVA Coordenadora Nacional de Mulheres e Executiva Estadual no FONSANPOTMA – Fórum Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional dos Povos Tradicionais de Matriz Africana; professora aposentada da RME Diadema; há mais de 25 anos atuando com formação inicial e continuada de educadoras/es e professoras/es, além de PLP. |
15h30 – 16h30 |
A vulnerabilidade da população LGBTQIA+ |
SAMARA ARKCÉLIO Mulher trans líder da comunidade “Terra Prometida em Mauá”, cantora, atriz e presidenta da ONG ATRAVESSA (Associação ade Travestis e Transexuais de Santo André). RAÍ NERES Funcionário público da Saúde, diretor e co-fundador da Casa Neon Cunha, membro da Frente Parlamentar LGBTQUIA+ e do Coleivo LGBTQIA Prisma UFABC. |
16h30 – 17h30 |
Plenária sobre possíveis ações de incidência e continuidade |
VERA VIEIRA |
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