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Quem envolve a juventude tem futuro
- 17/05/2012
- Postado por: Associação Mulheres pela Paz
- Categoria: Ações das Mulheres da Paz
Gerar e sustentar uma cultura da paz significa fomentar o diálogo entre diferentes caminhos e diversas maneiras de atuar. Trata-se de pôr no mesmo nível de importância as vozes da sociedade. Entre essas vozes, está a das juventudes.
Essa ação da Campanha Mulheres pela Paz – Segurança Humana e Justiça se articula em mão dupla: dá oportunidade a jovens mulheres de se envolver em projetos sociais e tem a oportunidade de aprender com sua juventude.
Justiça ajudando a incluir
Andressa Raniele da Costa Pantoja, Janaína da Silva Sussuarana e Rafaela Araújo Carvalho, monitoradas pela juíza Sueli Pereira Pini, estão levando o direito jurídico para populações necessitadas no estado do Amapá. Elas participam do Projeto Justiça Itinerante. Por barco, chegam no Arquipélago de Bailique, no delta do rio Amazonas, onde medeiam conflitos entre moradores e difundem informações acerca dos direitos. Também prestam serviços em Santa Luiza do Pacui, zona rural de Macapá. Por exemplo, providenciando certidões de nascimento e participando de audiência de conciliação.
Sob a energia dos orixás
Na capital negra brasileira, monitoradas por Mãe Stella de Oxossi, as jovens Julie Lopez Zacheu, Isadora Bispo dos Santos e Oyá Silva Brito – ligadas ao terreiro Axé Opo Afonjá de Salvador – trabalham na interlocução entre mães e filhos. O objetivo é envolver as mães na educação das crianças. Principalmente, em uma educação que desenvolva a cultura da paz, por meio do diálogo geracional. Dentro das iniciativas está a ida de crianças ao teatro e a elaboração de Álbuns de Família, verdadeiros mapas de autoconhecimento e construção da identidade.
Nas ondas da Amazônia
Mara Régia Di Perna, radialista e comunicadora, monitora as jovens Bianca Felipe Paiva, Juliana Maya e Fabiana Vasconcelos. Ao tomarem contanto com materiais de divulgação da Campanha Mulheres pela Paz e após terem participado de uma Oficina de Comunicação, elas decidiram criar um programa de rádio. Trata-se do Mulheres da Paz, irradiado pela Metropolitana de Belém (Pará). No programa semanal, a paz é um combate à violência contra as mulheres.
Do alto da experiência
Elzita Santa Cruz Oliveira tem 96 anos redondos. Sua vitalidade e repertório de histórias de luta garantem a supervisão dos trabalhos das jovens Juliana Accioly Martins, Verônica de Lima Costa e Vanessa de Andrade França. As três participam de atividades promotoras dos direitos humanos e da divulgação da paz como segurança humana e justiça. Trata-se do encontro perfeito entre experiência e energia, prometendo bons frutos.
Paz é ausência de violência contra as mulheres
As jovens Alichelly Ventura, Ana Paula de Santana Correia, Mariana Arantes Nasser e Márcia Regina Cabral Pereira são monitoradas pela feminista e advogada Maria Amélia Teles. As quatro jovens participaram de Seminários que as capacitaram para a compreensão e divulgação do conceito: “democracia e paz não combinam com violência de gênero”. Agora, elas são multiplicadoras da ideia e desenvolvem estratégias para a mobilização de mulheres e homens jovens.
Brasil profundo
Na região de Serra Talhada, Pernambuco, a destacada líder rural Vanete Almeida monitora a capacitação de cultura da paz das jovens Alda de Souza Bladino, Maria Gorete Alves do Nascimento e Miriam Maria Vieira Ribeiro. A missão das jovens é disseminar os princípios da Campanha Mulheres pela Paz nas comunidades rurais da região. Elas têm liberdade de escolher as melhores formas de comunicação e mobilização para atingir o maior número de pessoas possível.
A força da juventude negra
A ativista dos movimentos negro e feminista Nilza Iraci supervisiona os trabalhos das jovens Andrea Glória dos Santos, Daniela Custódio e Elida Miranda. Depois de capacitadas por Nilza, nos princípios e objetivos da Campanha Mulheres pela Paz, elas vão trabalhar nos cursos de Promotoras Legais Populares no Geledés – Instituo da Mulher Negra, bem como, em fóruns e reuniões da juventude negra, notadamente, encontros de jovens negras.
Quilombolas pela Paz
Givania da Silva, líder rural de renome nacional, tomou a cargo o monitoramente de Ana Claudia da Silva Mendes, nascida no Quilombo Campinhos da Independência (Parati – RJ), Daniele dos Santos, nascida no Quilombo Conceição das Crioulas (Salgueiro – PE) e Inayani Regina da Silva Oliveira, nascida na periferia de Salgueiro. Cabe as três jovens disseminar a paz como sinônimo de segurança humana e justiça entre os jovens das suas comunidades. Elas trabalham de formas variadas: organizando jovens músicos, educando crianças, participando de movimentos em defesa das comunidades quilombolas.
Ativismo Sustentável
Ana Paula Fritzen Eifler, Lina Maria Viezzer Grondin e Juliet Cristina Manfrin estão sendo monitoradas pela feminista e educadora popular Moema Viezzer. A ideia é fazer a conexão entre os princípios da cultura da Paz com campanhas e movimentos já existentes. Por exemplo, em dezembro último, as três jovens se envolveram na Campanha 16 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência Contra as Mulheres.
Na velocidade da Internet
A militante pelos direitos das mulheres indígenas Eliane Potiguara está supervisionando os trabalhos das jovens Daline Moína e Jaciara. A ideia é difundir pela web – nos sites de organizações parceiras e em blogs – os conceitos que associam Paz à segurança humana e justiças social, de gênero, de raça-etnia, de origem regional.
Duas jovens, uma da Bahia e outra do Amapá, relatam suas experiências como participantes da Campanha Mulheres pela Paz – Segurança Humana e Justiça.
1.
Estudante de Direito da Faculdade do Amapá, Andressa Raniele da Costa Pantoja participou de duas Jornadas da Justiça Itinerante no interior do Estado. Ela se surpreendeu com a acolhida calorosa e com a simplicidade das pessoas atendidas pela juíza Sueli Pini e equipe. “Muitos adultos com mais de 50, 60 anos, nos procuraram sem nenhum documento. Foi emocionante quando eles receberam a certidão de nascimento.”
Andressa atendeu um rapaz com histórico de uso de drogas e instruiu a ele requerer a substituição de sua pena por serviços comunitários (o que significava não voltar a ser preso) e retornar aos estudos.
Ao auxiliar na mediação de conflitos entre moradores, Andressa e as outras jovens do projeto aproveitaram para explicar os princípios da cultura de paz. Afixaram cartazes da Campanha Nacional Mulheres pela Paz nas escolas que serviram de sedes para os atendimentos da Justiça e distribuíram cartilhas. “A experiência me ensinou a ouvir mais atentamente, a prestar mais atenção nas pessoas.”
2.
“Ser uma jovem guerreira da paz é provocar um senso crítico que mobilize a comunidade em prol da melhoria de suas próprias vidas.” É assim que Julie Lopez Zacheu encara o desafio desde que aceitou ser uma das jovens da Campanha Mulheres pela Paz – Segurança Humana e Justiça. Estudante do curso de Licenciatura em Teatro da Universidade Federal da Bahia (UFBA), ela dá aulas de teatro para crianças e adolescentes – de seis a 16 anos – no terreiro Ilê Axé Opo Afonjá. Monitorada por Mãe Stella de Oxossi, Julie escolhe temas que levem os alunos a refletir sobre seus hábitos, crenças e costumes. “Semanalmente, escolho um tema a partir da observação de pontos fortes e fracos na convivência com os alunos. Por meio de um processo de sensibilização, crio um ambiente ritualístico na sala de aula que permite aos alunos entrar em contato com suas memórias. Em seguida, são feitos exercícios de liberação, ou seja, a partir do tema escolhido, eles montam cenas nas quais mostram quem são, do que gostam, suas inquietações. Para finalizar, sentamos em roda e conversamos a respeito das cenas.”
Ela dá exemplo de como funciona a técnica: “Trabalhei o tema Álbum de Família. Os jovens, depois do processo de sensibilização, criaram uma foto de família seguido por uma pequena cena que a representasse. Nas cenas ficaram expostas situações nas quais os pais representados por eles tinham pouca paciência para orientá-los. Para os jovens só ficava claro o grito e a autoridade dos pais e não o que eles tinham para ensinar. Mostrei essas cenas aos pais e propus a eles que a construam novamente com os filhos”.
Acompanhe as próximas atualizações da Campanha Mulheres pela Paz – Segurança Humana e Justiça