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Liliane

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  • Liliane
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    Uma menina de 11 anos jogava futebol na quadra da escola, com outros meninos e num determinado momento, um deles passou a mão em sua genitália. A menina muito brava e nervosa, saio de campo e foi acolhida por uma colega, indo até a coordenação de alunos, onde a inspetora era uma mulher. Assim que acaram de relatar o ocorrido, a resposta da inspetora de alunos foi: Mas o que você estava fazendo jogando bola com os meninos? Por isso que ele fez isso! Não era pra você estar lá. A menina assediada mais sua amiga, ficam muito chateadas e sem entender porque não conseguiram ajuda da inspetora, sendo então culpada por estar jogando bola. (Tentarei, mas parece difícil esse exercício pra mim, talvez por ter lembrado de algo pessoal, mas sem medo de errar, por buscar acolhimento aqui com vocês). Em uma situação com CNV, a inspetora de alunos reteria seu próprio julgamento e acolheria a “menina” assediada com palavras de conforto, pedindo para ela sentar, oferendo água e pedindo para que esperasse, que ela informaria a direção sobre o comportamento do colega. Nada de colocar um aluno contra o outro (que era o que acontecia na escola na minha época), mas a diretoria chamaria a ambos separadamente para ouvir sobre o acontecido, perguntar ao menino no caso, o porque de ter feito aquilo. E, entendo um pouco as situações de ambas as crianças e seus viesses, a direção, coordenação e professores deveriam se reunir e pensar juntos formas de educar as crianças sobre o assédio, o respeito sobre o corpo do outro e sobre a discriminação de gênero nos esportes e convívio escolar. E assim trazer conversas, atividades que unissem as crianças, prezassem pelo respeito ao próximo, incentivando a prática de esportes e da convivência em espaços escolares, sem medo ou discriminação.

    Liliane
    Participante

    Porque é preciso ser dialógica, é preciso lutar pelo espaço de falar e falar. É preciso apoiar outras mulheres a acessarem conhecimentos, acessarem seus direitos, acessarem espaços de poder e romper com o sistema, assim como nós encorajou o vídeo anterior e disseram algumas colegas aqui. Diria que é preciso ser mulher, buscar saber, agir e principalmente estar em cooperação entre outras mulheres. Nossa luta tem de ser por justiça, paz e igualdade e deve abranger a todas e todos.

    Liliane
    Participante

    Acho que os três motivos convergem: Não sermos preparadas e instruídas politicamente. Por sua vez, ao não saber sobre, não imaginamos estar nesses espaços e por não ter segurança ou representação de figuras femininas, não somos então nem estimuladas a imaginar, a buscar e muito menos encorajadas a estar lá, nos espaço de poder e decisão. E quando estamos, a troco de muita luta, suor e sangue somos esculachadas por homens e mulheres que primeiramente vão se preocupar com a cor do batom, o comprimento da saia, o peso, o cabelo, a vida pessoa e se nos derem espaço então pra falar, vão tentar invalidar a todo custo nosso saber, nossa formação. Eu amei esse vídeo, me indignou (que bom, né?) e me incentiva a reassistir para ter mais reflexões e escritas, além de compartilhar com outras mulheres e homens para incomodar também e incentivar o debate sobre o tema.

    Liliane
    Participante

    Acho que nunca parei para me aprofundar em vieses inconscientes. Acredito que um exemplo típico em ambientes de trabalho e cursos é procurar pelos “semelhantes”, ouvir uma fala apenas e julgar como: essa pessoa é boa e essa que falou algo que discordo, não deve ser tão boa assim.

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