Módulo 3 – Em sua opinião, por que não basta ser mulher para modificar os espaços de poder e decisão?

[Associação Mulheres pela Paz]

Em sua opinião, por que não basta ser mulher para modificar os espaços de poder e decisão?

[Roseany Mendes]

Não basta porque nós mulheres que vivemos em uma sociedade machista e patriarcal, muitas vezes não alcançamos o letramento de gênero necessário para percebermos este fato, por isso agimos conforme o que a sociedade aponta como correto, como normal, como sendo nosso dever, nosso lugar. Nesses casos, atuamos no sentido de apoiar e não confrontar a sociedade que está posta.

[LEILA DE ALMEIDA RAMOS]

Precisamos lutar por politicas públicas que considerem o recorte de genêro, que possam impactar em questões como a Economia do Cuidade, Justiça Reprodutiva, a implantação da Agenda 2030, o cumprimento integral das leis de proteção; Afinal “não se nasce mulher, torna-se mulher” Simone de Beauvoir. E esse tornar-se é um ato político e coletivo, necessário ser praticado todos os dias

[Maria Cristina Gobbi]

É um desafio, mas como falou Sâmia, não é possível abandonar a luta. Concordo com a Roseaney que fala em uma sociedade machista, mas defendo que temos conseguido muitas conquistas. Em cada ambiente de circulação é preciso defender o espaço das mulheres, apresentar dados que mostram as diferenças e “brigar” para ocupar lugares, postos, cargos e direitos que são legítimos. Na minha universidade, temos empreendido uma luta pela inclusão das referências femininas, negras e indígenas nos planos de ensino, trazido esse tema para a sala de aula. Temos realizado pesquisas que mostram as diferenças de acesso, participado de forma mais ativa nos espaço de decisão. Temos combatido de forma sistemática a violência de todos os tipos, mesmo que isso em um primeiro momento não dê em nada, mas tem gerado movimento de mudança. Pelo menos no sentido de tirar as pessoas de suas zonas de conforto e de discursos que repetem mais do mesmo, sem mudanças. Tivemos uma conquista recente com a alteração da Lei 9.394 (LDB) com a inclusão da obrigatoriedade de incluir abordagens fundamentadas nas experiências e nas perspectivas femininas nos conteúdos curriculares do ensino fundamental e médio. Ou seja, defendo que juntas somos mais fortes.

[Leticia Marques]

muitas mulheres não enxergam as questões históricas, políticas e sociais que estão implícitas na existência social feminina, por isso ao não acreditarem/entenderem a realidade que vivem, muitas apoiam a reprodução do status-quo dominante

[Rosa Barbosa]

Porque subverter a lógica da estrutura machista e patriarcal vai muito além de ser mulher, é preciso haver luta, mobilização popular coletiva e um lembrete contínuo de que conquistas não são permanências

[Bárbara Bolognesi]

Não basta ser mulher porque ainda quem mais tem influência nos espaços de poder e decisão são homens que são machistas e reproduzem esse machismo institucionalmente, de diversas formas, desde sempre em todos os âmbitos que existem o que dificulta não apenas o entendimento dessa desigualdade, como a reprodução incansável desses comportamentos e pensamentos – inclusive por algumas mulheres também. E que, além do gênero há outros aspectos que ainda influenciam na chegada nesses espaços, como a raça e classe. Também é importante que a luta das mulheres seja uma luta social de todos os participantes, não apenas responsabilidade das mulheres.

[Fernanda]

Não basta ser mulher, tem que ter coragem e apoio para enfrentar uma sociedade que na sua maioria é machista (o que não significa que esse público é dominado somente por homens, há muitas mulheres machistas também). Como dito na lição anterior, mulheres são minoria nos espaços políticos, alguns espaços de poder e decisão, não fazem do cardápio dos sonhos de muitas mulheres, onde a maioria das decisões e leis são constituídas. Contudo, as mulheres necessitam de apoio para que sua voz ganhe proporções maiores, para que atinja aquelas pessoas com pensamentos machistas, patriarcais, que tomam a mulher como “sexo frágil” até nos dias de hoje. Não basta ser mulher, tem que haver medidas garantidoras para dar mais voz e autonomia às mulheres, para fazer acontecer sem represálias.

[rcpisaias@gmail.com]

Mudar essa cultura machista secular na qual a mulher é apenas responsável por servir, minimizando o seu exercicio da cidadania, é necessário ter consciência da condição de opressão, abrir espaço para que mulheres ocupem cargos estratégicos para que possam garantir os seus direitos.

[Vanessa SP]

Por que o machismo e o patriarcado é tão enraizado em nossa sociedade que até mesmo nós mulheres reproduzimos de forma impensada. A reprodução destas ações e pensamentos são quase que automáticas. As relações de poder envolve manter o poder ao grupo/segmento que, via de regra, sempre esteve no poder. A conquista de novos espaços, principalmente, o de poder, acredito que requer o rompimento da lógica dita instituída, a quebra de padrões e conceitos cristalizados. Os embates serão inevitáveis e contínuos visto que ainda vivemos em uma sociedade machista e desigual.

[Silvia]

A presença feminina em posições de poder é considerada relevante, mas pode ser insuficiente para garantir a equidade de gênero. A equidade requer a criação de um ambiente que valorize e respeite as contribuições das mulheres, o que pode envolver ações concretas, como políticas que promovam a igualdade de oportunidades, o combate à discriminação e o apoio a iniciativas de liderança feminina. Além disso, pode ser fundamental promover mudanças nas mentalidades para desconstruir estereótipos persistentes na sociedade. O reconhecimento das experiências e competências das mulheres pode ser essencial para assegurar que suas vozes sejam ouvidas e respeitadas. Assim, a luta pela igualdade de gênero se torna um processo abrangente e profundo, que tem o intuito de transformar as estruturas sociais e culturais que historicamente marginalizam as mulheres.

[Gisa nascimento]

Nao basta ser mulher , tem que ter coragem para lutar , muitos direitos que hoje alcançamos foram mulhereres que lutaram batendo de frente com o sistema . Nos mulheres temos que aprender a ser unidas e lutar juntas para alcançar espaços de poder e decisao

[Macielma Torres Rodrigues]

Não bastar ser mulher, tem que conhecer os direitos e lutar por eles, pois a todo instante tentam tirar de nós. se hoje temos diretos, é pq outras mulheres lutaram por eles.

[Liliane]

Porque é preciso ser dialógica, é preciso lutar pelo espaço de falar e falar. É preciso apoiar outras mulheres a acessarem conhecimentos, acessarem seus direitos, acessarem espaços de poder e romper com o sistema, assim como nós encorajou o vídeo anterior e disseram algumas colegas aqui. Diria que é preciso ser mulher, buscar saber, agir e principalmente estar em cooperação entre outras mulheres. Nossa luta tem de ser por justiça, paz e igualdade e deve abranger a todas e todos.

[AmandaDasCandongas]

Não basta ser mulher para modificar os espaços de poder e decisão, porque as mulheres estão inseridas e são educadas em uma sociedade machistas. Dessa forma, muitas mulheres reproduzem as falas, atitudes e pensamentos machistas.

[YORMERY JELIVERTH LOPEZ BELLO]

Enquanto sejamos julgadas,menosprezadas en razão do nosso gênero,e sejam cada vez mais diminuídos e invisibilizados os nossos, serviços de política de cuidados teremos a cada dia tomar mais coragem e pocisionamentos

[Maria Silvia Oliveira]

A presença de mulheres nos espaços de poder e decisão é fundamental, mas, como você observou, não basta ser mulher para efetivamente transformar esses ambientes. É preciso uma atuação consciente, embasada em princípios de igualdade, justiça e direitos humanos. Modificar os espaços de poder demanda um compromisso coletivo com a inclusão, o fortalecimento de alianças e a capacidade de trazer novas formas de pensar e agir, algo que vai além da identidade de gênero.

[Luciana Cristina Ribeiro da Silva]

Porque precisamos ter mulheres conscientes na política na perspectiva de garantia de uma representatividade feminina que legítima nossos direitos humanos, fundamentais e sociais. Para além disso abrir diálogo com homens que garante caminhos que possibilitem uma nova forma de pensar por meio de processo educativo da sociedade como um todo revendo conceitos e preconceitos que nos oprimem e mantém na condição de submissão e sujeiras ao império machista que se perpétua desde a época da colonização. O empoderamento feminino é um processo que precisa ser compartilhado com todas , todos e todes para garantir que a diversidade feminina e equivalência de direitos caminhe um dia para de fato ao respeito a nossa dignidade da pessoa humana como mulheres, conforme determina nada constituição federal de 88. Alcance nossa direito como cidadãs para além do direito de votar, contudo em fazer leis que nos representem e reconheçam nossa condição humana e nossa realidade como mulheres.

[Marcilene Pereira Barbosa]

A modificação de um sistema só se faz no coletivo, uma estrutura só se modifica se todos os sujeitos envolvidos no percurso se proporem a descontruir com o modelo de opressão, visto que os territórios econômicos, sociais, políticos e culturais irão passar por alterações, e os ditos “papéis” sofreram revisões.

[Zeza]

Não basta ser mulher por conta da interseccionalidade, ou seja, os fatores de classe, raça/etnia, orientação sexual, geracional, entre outros fatores de esclusão estão interligados e determinando nossa visão de mundo.

[Ive Freitas]

Por ainda vivemos com pessoas Machistas, vivemos com Mulheres Machistas, que não conseguiu ver até os dias de hoje, que houve muita lutas e mortes de Mulheres no nosso passado para podermos , nos dias de hoje levantar a Bandeira do Ativismo, do Feminismo e da Liberdade de podermos estar aonde quisermos, isso tanto nas Relações sociais, amorosos e de trabalho

[Vanessa]

apenas ser mulher não significa nada, se não há uma movimentação, uma ação que vise modificar os espaços.

[ntsvalves@gmail.com]

Ser mulher não necessariamente significa que ela é aliada na luta.

[Ivanete]

Não basta ser mulher, há que se conhecer a história, as lutas, as conquistas, as derrotas, os adversários, as aliadas, as leis, as possibilidades, instrumentos, as pautas, as referências, um pouco de administração, tecnologia, geografia, economia, sociologia, legislatura, direitos e deveres psicologia, jogar xadrez rs…, (eu não sei, mas adoraria aprender), pois se aprende estratégias, também muito importante para o desenvolvimento Politico, porque é lógico, “de nós será exigido muito mais”, até por outras mulheres.
Há que se unir e ter paciência, uma vez que muitas mulheres, adotam comportamentos contrários ao grupo a que pertencem, diante de conflitos de gênero, pelo machismo estrutural.
União requer esforço e abertura ao diálogo construtivo e respeitoso.
Há que ir onde a mulher está, como o jovem da Escola Publica que não tem no cardápio dos sonhos a Política (entidades, ongs, centros comunitários, clubes, encontros, etc)
Há que autoafirmar-se como cidadão consciente de seus direitos e deveres, com conhecimento geral, força, segurança principalmente na maneira de se comunicar, estão loucos pra que titubiémos…
Há que se usar de bom senso, ética, honestidade, transparência , verdade e acima de tudo afeto, pois todos ja estão cansados do contrário e a causa é de e para todos.
Há que usar de humildade para reconhecer e corrigir os erros , mas firmeza para encarar os conflitos e divergências com opositores e saber reconhecer quando há erro, ninguém é dono da verdade, mudar de opinião diante do erro, também faz parte do amadurecimento.
E por falar em Maturidade, necessário “tornar-se mulher” como diz Simone de Beauvoir, no sentido de desprincesar-se, na Politica trata-se de um coletivo, não só dos próprios interesses.
Uma vez ouvi Luiz Gaspareto dizer que as árvores criam camadas e camadas de cascas em seu tronco para se proteger, que podemos ser como elas, mas que as vezes precisaremos quebrá-las, para deixar o sol / novo entrar.
Há que se Acolher, valorizar , respeitar, Instrumentalizar, auxiliar, o Jovem, passar o bastão faz parte, ainda nao , mas chegaŕá o momento, para isso há que prepará-los.
Há que se conhecer e respeitar a a pluralidade , bem como ter empatia.
Há que não se deixar intimidar , pois o tentarão em muitos momentos, mas ter uma rede de apoio faz toda a diferença, contar com pessoas leais, pares na luta e convivência nos fortalecem.
Buscar mais trazer soluções que reclamações
Acreditar na causa e de que estamos do lado certo da história, afinal nós é que soms oprimidas e excluídas, muitas vezes ate violentadas.
Queremos ser protagonistas de nossa própria história, estar nos espaços das decisões e sim sair na foto também, por que não???

[Ju Corbett]

Não basta ser mulher, a luta sempre é necessária, para refletir sobre nossas realidades e não perpetuar a forma misógina, machista que a cultura patriarcal nos coloca como inferior. Entender a questão classista das diferenças entre esse ser mulher também é fundamental para lidar com os marcadores sociais que continuam violentando as mulheres. Todas fomos forjadas nessa cultura e a luta para rever atitudes deve ser constante

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