Uma menina de 11 anos jogava futebol na quadra da escola, com outros meninos e num determinado momento, um deles passou a mão em sua genitália. A menina muito brava e nervosa, saio de campo e foi acolhida por uma colega, indo até a coordenação de alunos, onde a inspetora era uma mulher. Assim que acaram de relatar o ocorrido, a resposta da inspetora de alunos foi: Mas o que você estava fazendo jogando bola com os meninos? Por isso que ele fez isso! Não era pra você estar lá. A menina assediada mais sua amiga, ficam muito chateadas e sem entender porque não conseguiram ajuda da inspetora, sendo então culpada por estar jogando bola. (Tentarei, mas parece difícil esse exercício pra mim, talvez por ter lembrado de algo pessoal, mas sem medo de errar, por buscar acolhimento aqui com vocês). Em uma situação com CNV, a inspetora de alunos reteria seu próprio julgamento e acolheria a “menina” assediada com palavras de conforto, pedindo para ela sentar, oferendo água e pedindo para que esperasse, que ela informaria a direção sobre o comportamento do colega. Nada de colocar um aluno contra o outro (que era o que acontecia na escola na minha época), mas a diretoria chamaria a ambos separadamente para ouvir sobre o acontecido, perguntar ao menino no caso, o porque de ter feito aquilo. E, entendo um pouco as situações de ambas as crianças e seus viesses, a direção, coordenação e professores deveriam se reunir e pensar juntos formas de educar as crianças sobre o assédio, o respeito sobre o corpo do outro e sobre a discriminação de gênero nos esportes e convívio escolar. E assim trazer conversas, atividades que unissem as crianças, prezassem pelo respeito ao próximo, incentivando a prática de esportes e da convivência em espaços escolares, sem medo ou discriminação.