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Por que uma plataforma online?

Esta iniciativa da Associação Mulheres pela Paz surge no contexto da pandemia de Coronavirus que se alastra pelo mundo desde o final de 2019 e chega ao Brasil em março de 2020, exigindo a suspensão das atividades presenciais. Até meados de março de 2021, o país registrou quase 12 milhões de casos e aproximadamente 300 mil mortes. No momento em que este texto é escrito, há um colapso no sistema de saúde –  praticamente todos os hospitais têm taxa de ocupação de 100%.

Estima-se que a violência contra a mulher tem aumentado em média 30%, pois elas se tornaram mais vulneráveis por causa das restrições impostas pela Covid-19. Mulheres e crianças passaram a conviver muito mais tempo com o agressor, fazendo da casa um lugar bem mais perigoso. Além disso, o Brasil registrou 648 feminicídios no primeiro semestre de 2020, 1,9% a mais que no mesmo período de 2019, segundo o Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP).

Daí a urgência deste projeto que inclui o desenho, o desenvolvimento e a implementação de uma solução e-learning, para estabelecer um sistema de capacitação permanente. Assim, será possível administrar, distribuir, monitorar, avaliar e apoiar atividades de formação, em busca de uma sociedade equitativa, justa e pacífica. Tal proposta é fundamental tanto para apoiar atividades emergenciais no contexto da pandemia de Covid-19, quanto para implementar as ações educativas da entidade de forma continuada.

O público-alvo é formado por mulheres, respeitando-se as interseccionalidades de classe, raça, etnia, geração, orientação sexual e identidades de gênero. Os cursos serão gratuitos para todo o Brasil, incluindo público de ONGs, associações de bairros e escolas públicas. Para o futuro, serão previstos cursos pagos para a iniciativa privada [empresas e escolas particulares], pois existe tal demanda no mercado, o que contribuiria para galgar o imprescindível caminho da auto-sustentabilidade da entidade.

Lançamento da plataforma com três cursos sobre violência de gênero

Em maio, junho e julho de 2021, vão acontecer os três primeiros cursos, um em cada mês, realizados em três dias de diferentes semanas, cujo detalhamento encontra-se no ícone de cada um deles: 1) A violência de gênero e suas interseccionalidades; 2) Feminicídio na América Latina, a região mais letal do planeta; 3) Violência contra a mulher e a rede de cuidados: da solidão à solidariedade. Os cursos serão ministrados por educadoras conceituadas [Amelinha Teles, Zeza Lopes e Vera Vieira]. Haverá ampla divulgação, com exigência de inscrição prévia. Será entregue certificado às participantes.

Além de um excelente instrumento educativo, a plataforma e-learning vai significar a implementação das atividades, na medida em que irá incrementar as possibilidades de comunicação didática e de intercâmbio de conhecimento. A plataforma e-learning também irá, futuramente, apoiar os cursos de capacitação presenciais, tornando o processo de aprendizagem mais eficiente, além de otimizar tempo e recursos.

É importante salientar que a violência contra mulheres e meninas é uma epidemia que não escolhe classe social, raça, etnia, nível educacional, idade, localização geográfica, religião… A perspectiva mundial é trágica e desoladora: uma em cada três meninas será vítima de violência física ou sexual no transcorrer da vida. Hoje, no Brasil, a cada 20 segundos uma mulher é agredida, a cada 11 minutos uma mulher é estuprada, a cada 2h30 ocorre um estupro coletivo, a cada 2 horas uma mulher é assassinada. As estatísticas demonstram uma realidade trágica cuja raiz do problema está na construção social de gênero, que é aceita culturalmente e vem sendo mantida historicamente há milênios. Assim, há a necessidade de unir esforços para alcançar a paz, a segurança e a justiça social.

A Associação Mulheres pela Paz, em 17 anos de existência, já capacitou diretamente 100.000 lideranças efetivas ou potenciais e indiretamente um público de 2 milhões de pessoas.

Um agradecimento especial à Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Cidadania, em nome da Secretária Cláudia Carletto, e ao vereador Eduardo Suplicy, cuja emenda parlamentar direcionada à entidade propiciou a implantação deste importante instrumento de empoderamento e enfrentamento à violência contra mulheres e meninas.

Vera Vieira
Diretora-Executiva e idealizadora do projeto

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