Para alcançar um maior equilíbrio nas tarefas do cuidado, acredito que é essencial transformar nossa cultura e práticas de gênero em várias frentes. Precisamos, em primeiro lugar, de uma educação que desconstrua estereótipos desde cedo, mostrando que o cuidado não é responsabilidade exclusiva das mulheres, mas de todos. Isso inclui ensinar crianças a partilhar essas tarefas de forma justa, valorizando o cuidado como um papel essencial e digno, não subordinado.
Além disso, são necessárias políticas públicas que promovam essa igualdade, como licença parental mais flexível e estendida para ambos os gêneros, incentivo à divisão de tarefas no lar e suporte para que mulheres e homens tenham tempo e condições adequadas para se desenvolverem tanto na vida pessoal quanto profissional. No ambiente de trabalho, empresas também têm um papel relevante: oferecer apoio às famílias, permitir jornadas de trabalho adaptáveis e combater a cultura da “disponibilidade total” que recai, muitas vezes, sobre as mulheres.